Juninho Pernambucano lembra detalhes do 'Gol Monumental' e diz que feito não é valorizado pelo Vasco

Domingo, 24/07/2016 - 14:20
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Panorama Esportivo Rio

No aniversário de 18 anos do 'Gol Monumental', Juninho Pernambucano revela que cobrança nunca saiu da cabeça

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Transcrição

"Eu até hoje nunca falei muito daquela data. Claro que eu não imaginava, depois do gol, que fosse uma garantia de que a gente ganharia com certeza a final. Saímos com muita confiança porque sabíamos que o Barcelona não era tão forte como o River. O gol, na verdade, foi um jogo que eu comecei no banco. Aquele ano foi o ano em que eu fiz a cirurgia de púbis, no início de janeiro, e demorei três, quatro meses para voltar. E quando eu voltei o time estava muito bem, eu tinha feito alguns jogos como titular, e quando todo mundo ficou à disposição do Lopes, na semifinal, ele optou pelo Pedrinho e pelo Ramon acertadamente, porque eles estavam melhor do que eu na época. E aí o primeiro jogo eu entrei em São Januário e no segundo jogo eu também entrei. O Vasco estava perdendo de 1 a 0, o time do River era muito bom, sufoco grande, e logo depois sai aquela possibilidade de falta. No Vasco eu, o Ramon e o Pedrinho éramos os batedores, nós revezávamos, mas eu peguei a bola. Era uma falta mais de longe, eu batia também, e o que eu lembro bem, é que o goleiro do River, como era uma falta de longe, ele colou muito na trave do lado esquerdo dele, como quem diz assim para mim: 'Do meu lado a bola não entra'. Porque para você fazer o gol no canto do goleiro, geralmente o goleiro tem que antecipar um pouco e você bater uma bola forte, para não dar tempo dele voltar. Mas quando ele tomou essa posição, ele disse para mim assim, ó: 'No meu canto não adianta, só por cima da barreira mesmo'. E como era distante, eu sabia que para cobrir, eu só cobria a barreira, não faria o gol. Então eu tomei um pouco mais de distância, bati na bola de baixo para cima, tomando um pouco de risco, como eu sempre gostava de fazer, e dei a sorte de pegar a velocidade e a força certa, e aí o goleiro eu acho que ele me subestimou um pouco, e isso acontece. Quando ele já partiu para pegar, a bola já estava descendo muito rápido e, com certeza, é um gol que não sai da cabeça. Apesar de não ser valorizado pelo clube hoje, não sai da cabeça de nenhum vascaíno. E eu sou muito grato a Deus por ter participado deste momento."




Fonte: Rádio Globo (texto, áudio), NETVASCO (transcrição)