São Paulo - Numa virada
                              
sensacional, o Vasco venceu o
                              
Palmeiras por 4 a 3, nesta
                              
quarta-feira à noite no Parque
                              
Antartica, e conquistou o título de
                              
campeão da Copa Mercosul,
                              
depois de terminar o primeiro
                              
tempo perdendo por 3 a 0. Arce,
                              
Magrão e Tuta marcaram os gols
                              
que pareciam garantir o segundo
    título palmeirense na competição.
Mas no segundo tempo, a entrada do
    atacante Viola, mais as atuações de
gala de Romário, que fez três
    gols, e Juninho Paulista, que também marcou,
colocaram abaixo o
    sistema tático palmeirense, que ainda tinha
a vantagem de ter um
    jogador a mais. Além da reação
em campo, o time carioca mostrou que
    superou a troca de técnico na véspera
da decisão.
    A partida foi a última que o Palmeiras fez
na era Parmalat, já que o
    contrato do clube com a empresa se encerra no dia
31 de dezembro,
    após uma união que durou 8 anos e
trouxe 18 títulos para o time
    paulista.
    No início do jogo, o Palmeiras imprimiu uma
marcação forte, desde o
    campo defensivo do adversário, que errava
muitos passes e sentia
    dificuldade em sair jogando. Enquanto o Palmeiras
mantinha uma
    feição ousada e guerreira, preservando
sua identidade, o Vasco parecia
    desfigurado, saindo de suas características
originais, de toque de bola,
    para abusar das faltas desde o início do
jogo.
    Com os volantes palmeirenses ocupando corretamente
os espaços do
    meio-de-campo, não foi difícil para
a equipe chegar ao primeiro gol. O
    Palmeiras mandava na partida, com Flávio
e Fernando fazendo um
    vaivém incansável da defesa para o
ataque. As bolas paradas também
    eram uma arma perigosa, principalmente nas cobranças
de Arce. Aos
    35, após escanteio da direita do lateral,
Júnior Baiano colocou a mão
    na bola. Mesmo com as reclamações
do zagueiro vascaíno, que alegou
    ter sido empurrado, Arce cobrou o pênalti
e fez 1 a 0.
    Os torcedores ainda comemoravam, quando Magrão
tocou para Tuta,
    que chutou e, no rebote do goleiro Hélton,
o próprio Magrão concluiu de
    cabeça, aos 36 minutos, fazendo o segundo
gol. O terceiro veio aos 45
    minutos, quando Juninho tocou para Tuta, que chutou
cruzado, no
    canto direito de Hélton.
    No segundo tempo, o Vasco partiu com tudo para cima.
O atacante
    Viola, que entrou no lugar do volante Nasa, deu
maior poderio ofensivo
    à equipe carioca. O Palmeiras recuou exageradamente
e acabou
    sofrendo o primeiro gol, de pênalti cobrado
por Romário, aos 14
    minutos. Aos 22 minutos, Juninho Paulista, que subiu
de produção,
    entrou na área e foi derrubado por Gilmar.
Romário novamente marcou
    e deixou a situação dramática
para o Palmeiras.
    Mas Júnior Baiano foi expulso,
    prejudicando novamente sua equipe.
    Aos 41, o que parecia impossível
    aconteceu. Romário não aproveitou
    cruzamento da direita, mas na sobra,
    Juninho Paulista, livre, tocou rasteiro
    e a bola passou embaixo de Sérgio,
    decretando o empate heróico. O
    Vasco então foi buscar a virada. A
    partida já estava nos acréscimos quando
Viola entrou pela esquerda e
    chutou. A bola bateu na zaga e sobrou para Romário,
que definiu a
    vitória.
    Foi só o árbitro Márcio Rezende
apitar o fim de jogo, para um furacão
    de emoções devastar o estádio.
De um lado, os vascaínos urravam de
    felicidade, aplaudindo sua pequena e vibrante torcida.
De outro, o choro
    palmeirense. Mais do que tristes, os torcedores
saíram incrédulos do
    estádio.