Técnico escala time cauteloso na etapa inicial
   e vê time deixar o gramado perdendo por 3 a
   0. Coloca Viola no lugar de Nasa e vê a sorte
   mudar conquistando seu primeiro título
   internacional

   Nos primeiros 45 minutos, o torcedor vascaíno ficou
   com a impressão de que a entrada de Joel Santana no
   lugar de Oswaldo de Oliveira no comando da nau
   vascaína não significava apenas uma mudança de
   nomes. Se o ex-técnico do Vasco escalava o time de
   forma ofensiva, o que muitas vezes o fez perder pontos
   com gols sofridos no fim dos jogos, seu sucessor
   adotou na primeira etapa uma postura defensiva, que
   quase lhe custou o título com uma derrota parcial de 3
   a 0.

   Mas a estrela de Joel brilhou na etapa final. Ele tirou
   Nasa e colocou Viola, que mudou o jogo e comandou a
   reação vascaína que culminou com uma virada
   histórica.

   Bola em jogo, Joel ficou os primeiros quatro minutos
   sentados no banco ao lado de Eurico Miranda. Depois,
   levantou-se e permaneceu calado à beira do gramado
   assim como ficava Oswaldo, limitando-se a fazer
   anotações numa prancheta até os dezessete minutos,
   quando passou a primeira instrução para Euller.

   Nem a pressão da equipe palmeirense, que neste
   período havia chutado seis bolas ao gol contra nenhuma
   do Vasco, tirava a tranqüilidade de Joel, que se limitava
   a fazer comentários, por intermédio de um telefone
   celular, com o auxiliar Alcir.

   O primeiro sinal de irritação veio aos 23 minutos,
   quando Márcio Resende de Freitas marcou falta perto
   da área vascaína. Joel virou para o banco e gesticulou
   intensamente. Irritação que aumentou quando Júnior
   Baiano colocou a mão na bola, originando o primeiro
   gol. Desolado, Joel deu as costas para o campo.

   Foi só virar, para ver o segundo gol do adversário, de
   Magrão. Joel parecia não acreditar no que via,
   balançando a cabeça, mas sem passar instruções.
   Atônito, Joel teve de engolir o terceiro gol de Tuta.

   Na volta do intervalo, o técnico escalou Viola no lugar
   de Nasa, mas não esqueceu de pedir sorte, ao dar um
   beijo na santa que carrega no pescoço. A ofensividade
   foi premiada e o Vasco chegou a uma virada que quase
   ninguém acreditava. Até mesmo Joel que, com o fim do
   jogo, ficou sozinho no banco sem festejar.